14.02.2022

Barómetro dos transportes da TIMOCOM: elevada procura esbarra em capacidades limitadas

Quarto trimestre de 2021: ofertas de carga na Europa 51 por cento acima do valor registado um ano antes

Barómetro dos transportes da TIMOCOM evidencia um quadro geral de aumento das cargas.

Quarto trimestre de 2021: ofertas de carga na Europa 51 por cento acima do valor registado um ano antes

– escassez de capacidades influencia evolução dos preços

– declínio acentuado das cargas com origem e destino no Reino Unido

– aumento significativo dos semirreboques Jumbo e Mega em 2021

“As capacidades são escassas, mas existem. As aplicações digitais podem ajudar a tirar o máximo partido da disponibilidade dos camiões.” Gunnar Gburek, Head of Business Affairs TIMOCOM

Erkrath, XX.01.2022 – O quarto trimestre de 2021 mostra uma persistente tendência ascendente nas ofertas de carga e um desequilíbrio em relação às ofertas de camiões. O Barómetro dos transportes da TIMOCOM continua a evidenciar um quadro geral de aumento das cargas introduzidas no Smart Logistics System em comparação com o ano anterior. Os dados cumulativos de 46 países europeus mostram uma subida acentuada de cerca de 51%. O valor também subiu ligeiramente em comparação com o terceiro trimestre.

Mercado dos transportes em alta apesar de um clima de negócios negativo

Não obstante as medidas relacionadas com a pandemia de coronavírus, o mercado dos transportes continuou a subir no quarto trimestre. Face ao trimestre anterior, de outubro a dezembro de 2021 (inclusive), foram introduzidas no total mais 9% de cargas no sistema da TIMOCOM. Novembro e dezembro, em especial, foram novamente meses muito fortes para os transitários e as empresas de transporte em toda a Europa, em resultado da atividade que antecedeu o Natal: o volume de ofertas de carga no mercado à vista aumentou 88% em novembro, em comparação com o ano anterior. Em dezembro, as cargas introduzidas aumentaram 52% em comparação com o mês homólogo de 2020.

Enquanto as ofertas de carga caíram 10% em outubro em relação ao mês anterior, o mercado dos transportes recuperou em novembro e aumentou 8%. Apesar de ter voltado a cair -5% em dezembro, o somatório continua a ser positivo:

em todos os países europeus, foi gerado um aumento total de 51% nas ofertas de carga, em comparação com o quarto trimestre de 2020. A evolução persistente no sentido de uma procura crescente é um sinal de recuperação da economia, embora o índice de clima empresarial ifo para a Alemanha, em dezembro, se tenha fixado nos 94,7 pontos. Os estrangulamentos no fornecimento de precursores e matérias-primas intensificaram-se e estão a refrear os ânimos na indústria. O setor retalhista local vê a situação tão dramática como no inverno de 2020. No entanto, a procura de transporte permaneceu a um nível elevado no quarto trimestre.

Procura de capacidade de transporte na Alemanha continua inabalável

Depois de um setembro invulgarmente forte (mais de 60%), em outubro, o mercado interno alemão dos transportes gerou menos 18% de cargas do que no mês anterior. Em comparação com o terceiro trimestre já em declínio (-18%), as ofertas de carga aumentaram 2%. O quarto trimestre ficou, portanto, 37% acima do trimestre homólogo do ano anterior. Novembro foi também o mês na Alemanha com o maior volume de ofertas de carga no quarto trimestre, 87% acima do nível registado no ano anterior.

Com efeito, a procura de espaço de carga não sofreu quebras. Apesar dos estrangulamentos no fornecimento e atrasos, o espaço de carga – incluindo para o transporte terrestre, por exemplo, a partir de terminais portuários – é um bem escasso e altamente procurado. A relação entre as ofertas de carga e os camiões introduzidos pauta-se pelo desequilíbrio. Esta evolução teve igualmente impacto no preço dos transportes, como observa Gunnar Gburek, especialista em logística e Head of Business Affairs da TIMOCOM: “O preço dos transportes tem vindo a ser pressionado pelo aumento de custos dos combustíveis e dos veículos. Além disso, há agora custos de pessoal ainda mais elevados, impostos sobre a emissão de CO2 e taxas de serviço adicionais, por exemplo, para descarregar e esperar”, afirma o porta-voz da empresa. “É importante não bloquear as escassas capacidades a longo prazo, porque a reserva desnecessária de camiões reduz o espaço de carga disponível e também aumenta os preços no mercado.”

Aumento significativo dos reboques basculantes, tanques, Jumbo e Mega

Em comparação com o ano anterior, os tipos de veículos mais solicitados em 2021 foram os basculantes e os semirreboques-tanque. No caso destes últimos, a procura aumentou 236%, enquanto para veículos basculantes o aumento médio cifrou-se em 297%. No entanto, os transportes com temperatura controlada também estão em alta: os pedidos de camiões Thermo e semirreboques refrigerados aumentaram 184%. Além disso, há cada vez mais semirreboques Jumbo e Mega, que no ano passado surgiram com uma frequência 159% superior nas descrições de ofertas. Semirreboques com tejadilho regulável em altura, que em 2020 ainda não eram muito conhecidos, aumentaram mais de 90 vezes. É um sinal, entre outras coisas, de que os clientes estão a tentar cobrir a quantidade máxima de mercadorias com um único transporte. Uma tendência que poderá continuar em 2022.

Barómetro dos transportes da TIMOCOM: elevada procura esbarra em capacidades limitadas

As relações entre os países em comparação: Reino Unido em queda livre após o Brexit, em confinamento

Entre os maiores declínios nas ofertas de cargas registados no transporte rodoviário de mercadorias europeu em comparação com o ano anterior estão todas as relações com origem e destino no Reino Unido:

  • DE => UK: outubro -18%, novembro -16% e dezembro -48%

As ofertas de carga da França para a ilha também diminuíram:

  • FR => UK: em outubro -4%, em novembro -12% e em dezembro -33%

As cargas do Reino Unido para a Alemanha recuaram 11% em outubro, ganharam 25% em novembro e terminaram o ano a cair 57% em dezembro.

  • UK => DE: outubro -11%, novembro +25%, dezembro -57%

A propagação da variante Ómicron do coronavírus e o renovado confinamento, mas também o Brexit e a alteração dos regulamentos aduaneiros são as razões para esta evolução.

Mais cargas com origem e destino na França

Em contrapartida, regista-se uma evolução positiva em comparação com 2020 no que respeita ao transporte de mercadorias em França e com destino na França. Segundo a Comissão Europeia, o PIB da França cresceu 6,5%, acima da média europeia de 5,9%. Esta dinâmica reflete-se igualmente no aumento do transporte interno:

  • FR => FR: outubro +39%, novembro +101% e dezembro +70%

As ofertas de carga com origem na Alemanha e destino em França também aumentaram:

  • DE => FR: outubro +19%, novembro +99% e dezembro +75%

Aumento significativo dos transportes com origem nos Países Baixos

As cargas com origem nos Países Baixos destinadas à Alemanha voltaram a crescer. Já em novembro, os Países Baixos foram declarados uma zona de alto risco devido à propagação da variante Ómicron. Em dezembro, foi decretado um novo confinamento naquele país. Isto motivou transportes adicionais e um aumento do fluxo de mercadorias para o país vizinho no quarto trimestre.

Em concreto, verificaram-se as seguintes variações no quarto trimestre de 2021 face ao trimestre homólogo do ano anterior:

  • NL => DE: outubro +61%, novembro +258% e dezembro +97%

Mercado polaco dos transportes em retrocesso no final do ano

Na Polónia, o volume total de transportes nacionais diminuiu no quarto trimestre. Embora a quota de cargas face aos camiões (36%) tenha ficado acima do quarto trimestre de 2020, as ofertas de carga diminuíram 12% no quarto trimestre em comparação com o trimestre anterior. Uma das razões para estes valores, além da evolução da economia europeia, é a situação que se vive na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. Devido ao conflito migratório, ocorreram encerramentos dos postos fronteiriços que duraram dias inteiros e engarrafamentos de camiões em ambos os lados da fronteira.

Mas também na Polónia, os negócios relacionados com o Natal e o fim do ano se revelaram determinantes: após um retrocesso de 4% em outubro, o mercado dos transportes cresceu em novembro 21% em comparação com o mês anterior. No entanto, apesar das atividades de Natal, o aumento não foi suficiente para uma mudança de tendência nos transportes nacionais polacos. Já se observara uma evolução semelhante no ano anterior, o que deixa antever uma evolução positiva em 2022.

Retrospetiva de 2021 e perspetivas para 2022

Globalmente, a recuperação do transporte rodoviário europeu, iniciada no segundo semestre de 2020, prosseguiu em 2021. No entanto, em consequência da pandemia, o ano passado caraterizou-se sobretudo por estrangulamentos de capacidade e de fornecimento. A gritante falta de motoristas na Europa também terá tido a sua influência. Além disso, subiu a inflação e aumentaram os custos das matérias-primas e dos combustíveis. A logística continuará a debater-se com estes aspetos no novo ano. No entanto, o especialista em logística Gunnar Gburek, Head of Business Affairs na TIMOCOM, não considera que a segurança do abastecimento esteja em perigo. No entanto, poderá haver mais atrasos nas entregas em toda a Europa. “A nível do transporte rodoviário, os transportes especiais (como o transporte refrigerado) nem sempre estarão disponíveis a curto prazo. A nível dos transportes standard é mais provável encontrar soluções no mercado à vista”, afirma Gunnar Gburek. “As capacidades são escassas, mas existem. As aplicações digitais podem ajudar a tirar o máximo partido da disponibilidade dos camiões.”

Com o Barómetro dos transportes, a empresa de FreightTech TIMOCOM faz, desde 2009, um levantamento da evolução da oferta e da procura dos transportes na bolsa de cargas integradas no Smart Logistics System, em 46 países europeus. Mais de 135 000 utilizadores geram até 800 000 ofertas internacionais de cargas e camiões diariamente. O sistema ajuda os mais de 50 000 clientes da TIMOCOM a atingirem os respetivos objetivos de logística de forma inteligente, segura e simples.

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