Gestão digital de paletes vs. troca de paletes analógica: sugestões de especialistas e tendências
Troca de paletes na logística – Desafios, sugestões de especialistas e o futuro da identificação eletrónica de paletes. Mais informações
Desde a década de 1960, as paletes desempenham um papel fundamental na logística. A europalete foi desenvolvida nessa altura como uma palete de troca, reutilizável, que contribuiu rapidamente para a normalização no setor da logística. Porém, o processo de troca analógico é muitas vezes complicado e, para muitos transportadores, é uma fonte de frustração. Neste artigo, obterá uma visão geral das possibilidades, dos obstáculos e uma perspetiva do futuro digitalizado.
A europalete – otimização da utilização do espaço para produtos de todos os tipos
As estimativas indicam que, em toda a Europa, estão a uso cerca de 600 milhões de paletes simples, conformes com a norma europeia 13698-1 , sendo a madeira o material mais utilizado. Garantem eficiência a transportadores e empresas de comércio, mas também trabalho extra. Feitas em plástico ou madeira, dividem-se nas seguintes categorias: “nova”, “seminova”, “usada, mas passível de troca” e “danificada”. O objetivo deste sistema é a otimização da utilização do espaço em camiões, comboios e contentores. Em simultâneo, consegue-se um aumento da eficiência da logística – com efeito, as europaletes estão em permanente circulação.
Como tem funcionado o processo de troca até agora?
Em cada carga e descarga, o motorista e o responsável pela receção dos produtos têm de chegar a acordo sobre o número de paletes a trocar e a dar como danificadas. Isto é registado num documento de identificação da palete. No entanto, não existe um formulário normalizado para este efeito. Por vezes são documentadas mais especificações sobre o estado das paletes, por vezes menos, incluindo os casos em que não se faz troca. Além disso, muitas empresas utilizam também pools de paletes e documentos de identificação de pools de paletes.
Que desafios coloca a troca de paletes?
Ocorrem problemas, por exemplo, quando um elemento de transporte de carga é assinalado como danificado por uma das partes ou quando está em falta. O destinatário pode, nesse caso, solicitar a entrega posterior de uma palete intacta. O motorista fica com uma “dívida de paletes”. Por conseguinte, muitos transportadores levam consigo paletes vazias, que podem ser usadas em caso de danos. Porém, isto exige espaço de carga precioso e, além disso, implica um grande esforço. As caixas para armazenagem de paletes, que existem por baixo do espaço de carga, dão uma ajuda.
Além da definição de “danificado”, o tempo de carga no cais de cargas e descargas tem uma importância fundamental. Não raras vezes, os motoristas estão sob enorme pressão de tempo e só tardiamente confirmam se a documentação das paletes está em ordem. Em consequência disso, acontece os documentos de identificação das paletes estarem mal preenchidos, ou serem trazidas paletes a mais ou a menos. Acontece especialmente em itinerários grandes, nos quais vão sendo reunidos documentos de identificação de paletes e outros documentos ao longo de semanas, antes de serem entregues ao contabilista no regresso a casa. Nestes casos, é fácil ocorrer um lapso ou alguns documentos serem colocados num local incorreto, ficarem molhados ou ilegíveis. São erros frequentes que acontecem em virtude da falta de tempo e do tratamento manual dos documentos.
A mudança de adjudicantes ou transportadores ao longo de um itinerário, mudanças de planos em cima da hora e variações regionais também podem provocar problemas consideráveis. No artigo “5 problemas da troca de paletes”, Alexander Oebel, advogado da TIMOCOM, explica que outros obstáculos existem e como evitá-los.
Independentemente do processo de troca complicado, os preços das paletes não param de subir, como se pode deduzir do índice de preços da madeira HPE | HPE e.V..
Que sugestões existem para a troca de paletes?
A primeira e também a mais simples é a correta planificação e documentação. Contacte todas as partes envolvidas antes da ordem de transporte. Deve ficar claro, por exemplo, quem é responsável, caso haja problemas. Existem variações regionais a que é necessário dar atenção? Precisamente neste plano compensa a utilização de pools de paletes digitais. Pode encomendar, alugar ou mandar entregar aos parceiros de negócios uma quantidade e uma qualidade exata de paletes. Além disso, algumas empresas emitem vales eletrónicos, que permitem transmitir ou liquidar um saldo de paletes ou dívidas de paletes, com simplicidade, segurança e rapidez.
Como será no futuro a troca de paletes?
Como em muitas outras áreas da cadeia de aprovisionamento, o futuro afigura-se digital. O Ministério dos Transportes e das Infraestruturas Digitais da Alemanha criou um vasto projeto de investigação para este fim. Sob o nome “Silicon Economy”, uma empresa criada no seio do Fraunhofer IML acabou de lançar no mercado uma plataforma na nuvem baseada numa aplicação para a gestão de paletes. Com recurso à inteligência artificial, um componente de código-fonte aberto interliga e gere todas as pessoas e empresas envolvidas na cadeia de aprovisionamento com uma identificação eletrónica de paletes. O processo de troca faz-se de forma digital e torna-se transparente para ambas as partes. As dívidas de paletes também são documentadas de uma forma completamente automática e lançadas na conta respetiva com efeitos jurídicos. Com os sistemas da PAKi e da inter.PAL, os motoristas podem digitalizar a gestão de paletes e simplificá-la. A introdução de paletes e também o acordo alcançado com o responsável pela receção dos produtos,são efetuados digitalmente, o que poupa tempo e evita erros.
Facto
O processo de troca de paletes tem um enorme potencial de otimização. Estão a surgir as primeiras empresas com soluções digitais no mercado, que simplificam os processos. No entanto, ainda não é possível determinar quanto tempo irá demorar até que todas as empresas participantes na cadeia de aprovisionamento transitem para a era digital.